Watkins Glen International
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01 – 02 Julho
Watkins Glen International
IMSA Weathertech Sportscar Championship
Wayne Taylor Racing

3º Lugar

Entre a corrida anterior e esta, toda a equipa ficou em Watkins Glen, no mesmo hotel. Costumamos ficar em Corning, uma pequena vila a 20 minutos da pista. Nesses dias, até fui com a equipa para um lago fazer surf e um pouco de teambuilding, foi um dia bem passado, é sempre muito giro estarmos juntos e fazermos uma actividades diferente, fora das corridas. O ambiente na equipa está bom. Também passei tempo com o Ricky, fomos correr e sempre a pensar como poderíamos ser mais rápidos. O Alex teve de sair, tinha corrida na Indycar.
Mais uma vez, estávamos motivados. Talvez seja um traço nosso, dos pilotos, que se sentem sempre motivados porque encontramos sempre o pormenor mais pequeno para conseguirmos fazer a diferença. Desta vez sabíamos que tínhamos feito a pole position e que tínhamos tido um problema no carro, por isso podíamos melhorar para esta corrida. Também sabíamos que os nossos adversários iriam melhorar os carros deles, é assim que funciona para todos.
A primeira e única sessão, de uma hora, devia ter servido para experimentarmos afinações no carro mas foi um caos porque choveu bastante e tivemos de andar com pneus de chuva. Adapto-me bem à chuva, sempre andei bem à chuva, não tenho problemas mas claro que há mais risco, mais imprevistos e quando estamos com um carro que é muito rápido a seco e estamos a liderar o campeonato, queremos diminuir os imprevistos – mas isso está fora do nosso controlo. Preferimos pistas secas, sem bandeiras amarelas e a corrida mais monótona possível porque assim dependemos apenas do nosso andamento. Quando estamos com um carro inferior, estamos no fundo do pelotão e temos pouco a perder, estas condições são ideais para qualquer piloto porque pode arriscar, se correr mal apenas tentou mas a maior parte das vezes corre bem porque tem confiança que as coisas podem virar nesse momento. Estamos mais abertos ao risco para ganhar posições.
O Ricky qualificou de novo, fez a pole position, agora com uma diferença de 4 décimos de segundo para o segundo, ficámos todos contentes com essa volta e com esse andamento do carro, era um bom presságio para esta corrida de sprint de Watkins Glen 240.
A corrida começou a seco mas tinha acabado de chover e de secar, o tempo estava muito instável. O Ricky arrancou de primeiro, fez um bom arranque, liderou o stint dele, embora com o Mazda a vir de 6.º da grelha para 2.º, completamente colado à nossa traseira, estava com um andamento muito bom. Trocámos de piloto, eu entrei e tive algumas lutas com o 31 que estava numa estratégia completamente diferente de todos e também com o Mazda que estava muito competitivo e que acabou por me passar. Até aqui tudo bem mas começou a chover bastante em metade da pista e a direção de prova decidiu colocar bandeira amarela e depois vermelha durante meia hora devido às previsões meteorológicas que apontavam para uma trovoada forte.
Voltámos à pista com 4 curvas muito molhadas e o resto seco. Houve uma paragem nas boxes em que fiquei em terceiro, abriram os pits para uma última paragem da bandeira amarela e onde o 31, apesar de estar em 5.º, estava em vantagem porque tinha parado duas voltas antes da bandeira vermelha ter acontecido. Voltei à pista em terceiro, atrás do 31 e do Mazda. Por sorte, o Mazda fez pião na curva 8 e caiu para quinto. Na primeira repartida mantive o meu segundo lugar mas, logo a seguir, nem uma volta depois, veio outra bandeira amarela e nessa repartida perdi uma posição para o carro 5 na curva 1 porque tive um pequeno momento e não saí bem da curva e ele passou-me. Essas primeiras voltas foram muito difíceis para mim e para todos porque três curvas estavam muito molhadas e tínhamos que gerir o risco de ir rápido mas não bater. Uma vez que o Mazda estava em último ou penúltimo, eu não podia arriscar demasiado porque já estava a pensar nas contas do campeonato.
Não tinha andamento para os Cadillacs, o que me dificultou mais a tarefa mas sobrevivi, é o que se diz nestas condições e, uma vez que tinha o carro numa boa janela de funcionamento, comecei a atacar para a frente. Apesar de ter caído para 4.º lugar, consegui recuperar ainda uma posição e acabei em 3.º, à frente do Mazda.
O balanço destes dois fins de semana é positivo: fomos o carro que fez mais pontos nestes dois fins de semana. Apesar de termos feito duas pole positions queríamos ganhar corridas, o que não aconteceu mas vamos trabalhar duramente para alterar esta tendência e sermos mais fortes. É sempre importante frisar que apesar de estarmos a liderar o campeonato, apesar de termos ganho Daytona, continuamos a aprender sobre o carro nas diversas pistas por onde passamos. É um trabalho feito em conjunto com o Ricky Taylor, com o Brian Pillar e com a Wayne Taylor, tem sido um processo interessante, é muito bom trabalhar com eles, cada um com as suas crenças sobre onde podemos ser mais rápidos ou investir mais. É isso que nos desafia, perceber como conseguimos chegar ao potencial máximo do carro que temos.
Não me sinto frustrado com estes resultados, apenas interpreto isto como uma fase de aprendizagem de um carro novo. É muito importante relembrar-nos que já ganhámos a corrida mais importante do ano, Daytona, só essa vitória já faz o nosso ano. Como somos ambiciosos, queremos ganhar tudo e trabalhamos sempre para esse objectivo.