Filipe Albuquerque

Road America

🇺🇸

06 – 06 Agosto

Road America

IMSA Weathertech Sportscar Championship

Wayne Taylor Racing

4º Lugar

Road America fica no estado de Wisconsin, a 2 horas de Chicago, uma cidade que acho linda. É uma pista especial, o traçado é espetacular. Quando falo das pistas que dão mais gozo de conduzir, Road America está no meu top 10.

Ir para Chicago costuma ser simples, há um voo directo de Lisboa para Chicago mas desta vez, como tem acontecido muitas vezes neste último ano, há uma história para contar. Quando estava para embarcar, surgiu uma enorme complicação com a minha autorização para entrar nos Estados Unidos, disseram-me que o meu passaporte aparecia no sistema como perdido ou roubado. Tentei justificar que era impossível, porque tinha o meu passaporte na mão, expliquei que só podia ser um erro de sistema e que viajo regularmente para os Estados Unidos. Chegaram a dizer-me que podia ser um caso para a Interpol e, no fim de contas, não me deixaram embarcar.
Quando estava a afastar-me da porta de embarque, recebi uma chamada a dizer que a situação já estava regularizada e que podia embarcar. Voltei atrás mas a manga do avião já tinha sido retirada. Vi o avião a sair e eu em terra.

Mudaram-me para um avião no dia seguinte, mas agora a viajar via Nova Iorque, em vez do vôo directo para Chicago. Chegar a Road America, foi tudo menos fácil.

Depois de Watkins Glen 240, tínhamos encontrado uma afinação no carro que me deixava muito contente e confiante por isso a minha ida para esta corrida vinha cheia de entusiasmo.

O tempo estava bastante incerto, choveu bastante antes da primeira sessão de treinos. Eu comecei a sessão e deixei o carro em 2.º, por uma margem muito pequena para o líder; o Ricky (Taylor) só conseguiu dar 3 voltas devido a bandeiras vermelhas.

A segunda sessão já foi a seco e, finalmente, podia ver como se comportava o carro nestas condições. Comecei por dar 6 voltas e fiquei logo super contente, apesar de já não correr em Road America há 2 anos, senti-me logo bem. Deixei o carro em primeiro e, quando parei, disse ao engenheiro que estava contente e que podíamos já trocar de piloto e

dar tempo de pista ao Ricky que tinha andado muito pouco até aqui.

O Ricky também começou logo a andar muito bem e, na parte final, colocou pneus novos e ainda melhorou ainda mais a volta mais rápida. Acabámos esta sessão em 1.º com um tempo que nos deixava confiantes para os cronometrados.

Começou a chover imenso outra vez mesmo antes dos cronometrados. Era suposto ser eu a qualificar mas calculámos que, se a corrida fosse à chuva, o Ricky tinha andando pouco com a pista molhada e queríamos dar-lhe o melhor feeling possível nestas condições. Ele fez uma excelente volta, foi o melhor Acura mas não conseguiu a Pole Position, essa foi para um Cadillac.

Para a corrida, o Ricky tinha que arrancar porque tinha qualificado. Fez um excelente arranque, saiu da primeira linha da grelha mas, na curva 1, apesar de ter dado espaço ao adversário, não conseguiu passar para primeiro. A partir daqui começámos uma corrida muito constante, o Ricky super rápido mas sem conseguir ultrapassar o Cadillac que estava em primeiro e o Mazda logo atrás dele. Fez os seus 2 turnos sempre colado ao primeiro. Chegou a minha vez e a história foi exactamente igual. Andei sempre colado ao primeiro mas sem oportunidade de o passar. No meu último turno, quando faltavam 25 minutos para o fim da corrida, tive um pequeno toque com o Mazda que estava em 3.º. Foi um toque lateral, um típico toque de corrida, mas o suficiente para ter um furo lento. Tive que vir às boxes trocar de pneu e, nesta altura, não havia nada a fazer. Caímos para 5.º lugar e só faltavam 15 voltas para o fim. Ainda recuperámos até 4.º e conseguimos pontos preciosos para o campeonato.

Até aqui, esta foi talvez a corrida em que tínhamos melhor andamento face à concorrência e, no entanto, foi das nossas piores corridas, em termos de resultados. Com este resultado, continuámos a liderar o campeonato mas por uma margem mínima.

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